Trabalhos de Estudantes  

Trabalhos de Geologia - 11º Ano

 

Ficha do trabalho:

Recuo da linha da Costa

Autores: Mónica Rodrigues Tânia Ribeiro Maria Marques

Escola: Escola Secundária Daniel Faria - Baltar

Data de Publicação: 12/08/2013

Resumo: Trabalho sobre o recuo da linha da costa de Portugal continental, realizado no âmbito da disciplina de Geologia (11º ano). Ver Trab. Completo

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Recuo da linha da Costa

Introdução

Muitos dos problemas enfrentados por muitas populações, como cheias e desabamentos de terras são agravados por uma má gestão do território, ou seja, por falta de ordenamento do território. Em determinadas zonas são construídas habitações e outros tipos de infra-estruturas que mais tarde acabam por ser afetadas pela dinâmica da natureza que os rodeia: num momento pode ser seguro construir e passados alguns anos a segurança daquilo que foi edificado pode estar a ser ameaçada, perante esta ameaça são necessárias, por vezes, outras infra-estruturas que protejam as anteriormente construídas e estas, por sua vez, poderão afetar outras zonas e fazer com que o risco geológico destas aumente.

No âmbito da disciplina de Biologia e Geologia de 11ºano, foi-nos proposto pelo professor da mesma, realizar um trabalho acerca de um tema à nossa escolha, no qual escolhemos o recuo da linha de costa. O recuo da linha de costa consiste no desaparecimento das zonas costeiras devido ao avanço do mar. Este recuo deve-se a vários factores, tais como: erosão marinha durante a ocorrência de temporais, que abalam as bases das arribas, deixando-as sem suporte fazendo-as desabar; o degelo dos glaciares que provoca o aumento do nível médio das águas do mar, ou seja, este aumento contribui para o avanço do mar e consequentemente da erosão costeira; a circulação de veículos junto ao bordo das arribas, do escavamento pontual das arribas, alguma impermeabilização dos solos e deficiente rede de drenagem pluvial; construções de esporões. O acréscimo destas estruturas transversais à linha de costa, tem como consequência imediata a inibição do transporte longitudinal dos sedimentos, que passam a ficar retidos a Oeste dessas estruturas. Este recuo da linha de costa trás consequências tais como : forte erosão costeira nas praias a Este dos esporões; o turismo, pois este é afetado uma vez que as areias são retiradas pelo mar, o que leva a uma diminuição da área balnear; as habitações construídas por cima das arribas podem desabar caso o mar chegue a elas e haja abrasão marinha; se a crescente erosão continuar é de esperar que a costa litoral recue e as praias desapareçam. Mas há medidas de prevenção para evitar este fenómeno, como por exemplo: alimentação das praias com areias do fundo do mar; realização de obras de engenharia como esporões, quebra–mares , paredões e enrocamentos, mas com estudos prévios acerca das suas consequências; restrição da passagem pedonal e de viaturas, com atribuição de coimas, e da fixação de vegetação nas dunas.

Contudo neste trabalho baseamo-nos em noticias reais sobre o tema apresentado anteriormente e o nosso objetivo é fazer uma analise do sucedido para apresentar as suas causas, consequências e as medidas de prevenção que se deveria ter tomado antes dos infelizes fenómenos acontecerem.

Noticia 1

Praias de Esposende a desaparecer

O mar está a galgar, a toda a velocidade, os areais do concelho de Esposende. Há praias em risco total de desaparecimento e urge uma política de preservação que proteja e combata este fenómeno. O problema afecta a costa portuguesa e no concelho de Esposende acaba de soar mais um alerta para evacuar populações e construções.

Estas foram as principais preocupações, referidas por especialistas, que falaram ontem na palestra sobre a ‘Defesa da Orla Costeira’, que decorreu no Centro de Educação Ambiental.

Há casos de enorme gravidade, como são as dunas de Belinho, que já chegaram a ter 20 metros de altura, mas que nos últimos anos foram reduzidas praticamente na sua totalidade. Perante este cenário, as populações encontram-se em sobressalto e esperam por medidas imediatas.

Artur Viana, do Parque Litoral Norte, assinalou que “não é fácil arranjar soluções para combater este fenómeno erosivo”, todavia advertiu para a “necessidade de uma política de protecção destas zonas a longo prazo, incluindo-as nas Cartas de Risco do Litoral, Planos de Ordenamento da Orla Costeira e Educação Ambiental”.Além disso, considerou imperativa a “proibição da construção em zonas de risco”.

Por seu turno, Alexandra Roeger, presidente do conselho de administração da Esposende Ambiente, salientou que “é necessária uma revisão dos planos de gestão da região hidrográfica”, já que “passados 12 anos, depois de implementada a Directiva Quadro da Água na União Europeia, continuam a assinalar-se muitos dos mesmos problemas” e “muitas das medidas não têm em linha de conta o estado ecológico efectivo das regiões”.

Intervenções não são solução

Apesar das intervenções possíveis para diminuir o impacto do avanço do mar nas zonas costeiras, com obras de engenharia ‘pesada’ como a construção de esporões, paredões e zonas de quebra-mar, o certo é que muitas destas ‘soluções’ acabam por não resolver verdadeiramente os problemas.

As consequências do fenómeno erosivo são bem visíveis um pouco por todo o concelho de Esposende: muitas das praias de areais foram substituídas por praias de seixos e as que ainda são praias balneares estão a ficar, cada vez, mais estreitas.

Fonte: http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=59691

Descrição: Com a velocidade do mar a aumentar, as dunas começam a perder a sua estrutura, e a quantidade de areia diminui ate ao desaparecimento na totalidade da duna, assim o aumento do nível do mar e a sua velocidade vai arrastando todos os obstáculos consigo, deixando a praia e as moradias de perto vulneráveis e desprotegidas das investidas do mar. Como não se quer perder vidas humanas, manda-se evacuar as populações. Constroem-se esporões, paredões e zonas de quebra-mar, que acabam por não ter efeito, e as praias do concelho de Esposende acabam por ser substituídas por praias de seixos e as que ainda são praias balneares estão a ficar, cada vez, mais estreitas, estas são as consequências. Neste caso como os esporões, paredões e zonas de quebra-mar não sortiram qualquer efeito, um método de prevenção para este caso seria a alimentação da praia com areia do fundo do mar. Outra medida que poderia ser tomada era reconstruir as dunas que foram destruídas, e reforça-las com muita vegetação, impedindo passagem pedonal e de viaturas por cima das mesmas. 

 

Figura 1 ( Areal da praia de Esposende) 

 

Figura 2 ( Dunas da praia de Esposende)

Noticia  2

Forte Novo não resistiu

Troço a leste da Quarteira está sujeito a forte erosão costeira desde a construção da marina de Vilamoura, do campo de esporões que protege a vila e dos molhes do porto de pesca. Alimentação artificial do areal entre o Forte Novo e a praia do Garrão para preparar costa para efeitos das tempestades e proteger empreendimento de luxo do Vale do Lobo

 "Não há forte nenhum!". Eugénia Silva, 43 anos, sorri com condescendência quando se pergunta pela construção militar que deu nome à praia. Já nem se vêem os vestígios que a literatura da especialidade menciona como avistáveis em marés vazias. "Só se forem as pedras arrastadas para a água", explica a empregada do bar. Recorda-se do forte na infância, que a Guarda Fiscal abandonou em 1976, com a ameaça do mar à arriba em que assentava.

Forte Novo é um troço simbólico da erosão costeira acelerada por causas humanas, devido à construção dos molhes da entrada da marina de Vilamoura (1973), ao campo de esporões criado em 1974 para proteger a Quarteira e, mais recentemente (1999), aos quebra-mares do porto de pesca. De uma taxa de recuo médio entre os 20 e os 80 centímetros por ano, passou-se para perdas de dois a três metros anuais, precisa o geógrafo Sérgio Oliveira, numa dissertação para tese de mestrado sobre a evolução no troço Forte Novo-Garrão.

Só entre 1991 e 2001, em dez anos, a linha de costa recuou 22,7 metros, a segundo a tese, apresentada em 2005 na Faculdade de Ciências de Lisboa, e a área perdida do bordo da arriba foi superior a 8,3 quilómetros quadrados.

Cláudio Dores, 31 anos, do bar "Forte Novo" tem na memória de menino a imagem de um areal maior - "muito maior do que este que agora arearam", compara. Fala alimentação artificial em curso entre Forte Novo e o Garrão, para alargar praia em 40 metros, mitigar o risco de erosão e robustecendo o troço costeiro para "responder às próximas tempestades", explica o painel da Administração de Região Hidrográfica do Algarve.

Porque as tempestades, testemunha Cláudio são vorazes. Dedo assestado à fotografia da zona que a sala de jantar ostenta, mostra o sítio onde se localizava o forte, algures na água, fala da invernia de 1998: "o mar comeu uns 20 metros à vontade!" Talvez exagere, mas não foge da realidade que aflige a zona há décadas e que exige medidas de protecção permanentes e não demasiado localizadas.

Apesar da alimentação artificial da praia da Quarteira, em 1999, com mais de 620 metros cúbicos de areia, o enchimento não teve efeitos fora dos esporões e a leste, o troço de Forte Novo foi fortemente erodido. Entre 1999 e 2001, a linha de costa recuou aqui 9,6 metros, o que representou uma taxa de erosão de 4,8 metros por ano, segundo Sérgio Oliveira, comprovando o efeito de retenção de areias pelas obras costeiras e o agravamento da erosão a sotamar daquelas e a necessidade de intervenções de realimentação ao longo da costa.

Fonte:http://www.jn.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=1647202&dossier=Radiografia%20da%20costa%20portuguesa

Descriçao: Ao longo dos anos tem sido possível observar uma crescente erosão da costa algarvia. E o troço a Forte Novo – Garrão, situado a leste de Quarteira é um exemplo de um rápido retrocesso. As principais causas naturais das elevadas taxas de recuo deste troço são: construção dos molhes da entrada da marina de Vilamoura; uma redução do abastecimento sedimentar deste troço costeiro; ao campo de esporões criado para proteger a Quarteira e, aos quebra-mares do porto de pesca; o degelo dos glaciares nas últimas décadas tem provocado o aumento do nível médio das águas do mar, este aumento contribui para a transgressão marinha, e consequentemente da erosão costeira. Algumas das suas consequências são: o turismo é afetado uma vez que as areias são retiradas pelo mar, o que leva a uma diminuição da área balnear; as habitações construídas por cima das arribas podem desabar caso o mar chegue a elas e haja abrasão marinha; os restaurantes das praias podem ser inundados o que leva a uma destruição dos seus recheios; se a crescente erosão continuar é de esperar que a costa litoral recue e as praias desapareçam, o turismo algarvio diminuirá, o que afetará o comércio local, as arribas sob as quais estão construídas várias infraestruturas também poderão abater, deitando por terra vários milhões de euros investidos nessas zonas.De  modo a corrigir a diminuição das áreas balneares e a transgressão marinha recorre-se à alimentação das praias com areias do fundo do mar, este não só é o método mais barato, como o mais rápido, mas neste caso, os seus resultados não foram úteis a longo prazo. A praia de Vale do Lobo foi alimentada entre 1998 e 1999, tendo aumentado a distância entre o mar e as arribas em 60 metros e dois anos depois esta distância era apenas de 20 metros. Para além da alimentação das praias, recorre-se à realização de obras de engenharia como esporões, quebra–mares , paredões e enrocamentos. Infelizmente as obras de engenharia, para além dos custos, trazem desvantagens. Por estes motivos é preferível proteger as zonas naturais da costa, tais como as dunas, através, por exemplo, da restrição da passagem pedonal e de viaturas, com atribuição de coimas, e da fixação de vegetação nas dunas.

 

Figura 3 ( Praia da Quarteira)

Conclusão

Este estudo permitiu-nos compreender a importância do ordenamento de território para a gestão da interação do homem com o espaço natural. Este planeamento tem que ser pensado compreendendo a estrutura das ocupações humanas e ainda a dinâmica da natureza, de modo a evitar desastres quer a nível material como pessoal e custos desnecessários com obras de engenharia para proteger o que está construído, muitas vezes no local errado.

Bibliografia

Praias de Esposende a desaparecer (01/03/2012): http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=59691 (Acedido a 05/03/2013)

Forte Novo não resistiu (24/08/2010): http://www.jn.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=1647202&dossier=Radiografia%20da%20costa%20portuguesa (Acedido a 06/03/2013)

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